INTRODUÇÃO

Ida quase que obrigatória para quem viaja para Foz do Iguaçu, o Paraguai é um verdadeiro paraíso de compras. Isso se deve à baixa tributação sobre as compras no país, isentando nós, os turistas, do infame Imposto Sobre Valor Agregado (IVA). Assim, é comum que as compras no Paraguai fiquem ainda mais baratas que nos EUA, considerando a não incidência do referido imposto sobre vendas.

A visita ao país vizinho oferece tantas oportunidades que, não raramente, é possível “pagar” a viagem com o valor economizado nas compras, quando em comparação a comprar os mesmos produtos no Brasil. Assim, após ir a Ciudad del Este, compilamos 7 dicas para facilitar suas compras lá.

DICA 1# CONSULTE O COMPRAS PARAGUAI 

Antes de atravessar a fronteira, é muito importante que você já saiba aonde ir e o que comprar na viagem. Além disso, ter noção dos preços que estão sendo praticados é fundamental para avaliar se é mais vantajoso comprar lá do que em território nacional. Atualmente, já existe um site/app que permite realizar cotações dos preços praticados em Ciudad del Este e as lojas que o oferecem. Essa aplicativo se chama Compras no Paraguai. Contudo, deve-se ter em mente que, com o valor atual do dólar, algumas compras são mais vantajosas de serem feitas no Brasil, sobretudo em épocas de promoção.

DICA 2# CRUZE A PONTE A PÉ

A melhor maneira de chegar a Ciudad del Este é descendo de transporte por aplicativo na entrada da Ponte da Amizade e fazendo o percurso a pé. Na minha viagem, levei menos de 20 minutos para chegar até as lojas e iniciar minhas compras, partindo da entrada da ponte. Como as principais lojas ficam próximas umas das outras, é perfeitamente possível fazer tudo a pé. A perda de tempo no trânsito e/ou no desembaraço do veículo que o deixará do outro lado não compensa o transtorno. Além disso, normalmente os taxistas cobram valores salgados para atravessar você até o outro lado.

DICA 3# LEVE REAIS EM ESPÉCIE

Levar a nossa moeda em espécie é a melhor pedida para realizar compras em Ciudad del Este. Isso por que há ampla aceitação do real e, mesmo nos locais onde ele não é aceito, é possível realizar o câmbio facilmente, a bons preços e sem incidência de IOF. Para tanto, leve notas grandes e uma doleira, para evitar chamar atenção indesejada.

As transações eletrônicas são oficialmente realizadas em guaranis. No caso dos cartões internacionais, há a conversão da moeda do cartão para guaranis no momento da compra. Assim, não há vantagem em levar cartões de débito internacional em dólar, pois, mesmo que as lojas cotem os produtos na moeda norte-americana, haverá nova conversão para a moeda paraguaia, no momento da compra. Assim, essa operação pode ficar mais cara ainda que o cartão de crédito, dada a dupla conversão. Isso pode representar pagar duas vezes o ágio (4%) e o IOF (1,1%), fazendo com que operação possa atingir 10,2% de taxa, aproximadamente.

Cartões de crédito internacionais tem o inconveniente de sofrer retenção de 6,38% de Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Contudo, dada a possibilidade de acumular milhas ou cashback em alguns cartões, essa alternativa pode não ser tão ruim, a depender do ágio pela compra de moeda estrangeira. Assim, considero que o cartão de débito em dólares e o cartão de crédito internacional tem um custo bastante parecido, no caso do Paraguai. Para mim, algo que pesa a favor do crédito é você conseguir comprar e pagar apenas no vencimento da fatura, desde que haja controle dos gastos para não se endividar para o próximo mês. 

Vale ressaltar também que há lojas, como a Madrid, que tem contrapartes autorizadas a receber pagamentos via PIX no Brasil. Entretanto, normalmente, há um custo de 5% para essa operação, além do ágio na compra de moeda estrangeira, cobrado pela loja. Essa é, junto do cartão de crédito, uma opção cômoda, mas longe de ser econômica. Assim, só recorreria a essa alternativa no caso de algum gasto fora do previsto.

Dessa forma, as notas de reais são, de longe, a melhor opção.

DICA 4# EVITE O CÂMBIO AO MÁXIMO

Só efetue o câmbio em guaranis se a loja exigir isso no pagamento. Vá até o doleiro que a loja indicar e cambie apenas o necessário para quitar a compra. Como mencionado, o real é amplamente aceito e, a cada nova operação de câmbio, você irá perder parte do seu dinheiro em ágio.

DICA 5# VÁ APENAS EM GRANDES LOJAS

No Paraguai, há grandes importadoras que se beneficiaram da baixa carga tributária do país para crescer, ao suprir a demanda dos turistas brasileiros. Essas empresas trabalham com produtos originais e oferecem ampla possibilidade de pagamento. Eu recomendo a Mega, a Cellshop e a Madrid, apesar de não serem as únicas lojas confiáveis na cidade.

Em lojas grandes você tem a garantia de não comprar produtos falsificados e de não ter seu cartão clonado. Não acho que qualquer pequena economia que você possa auferir por escolher uma loja menor compense seu risco.

Nota: a Mega tem o pior sistema de pagamentos que eu já vi, pois foi a única loja onde meu cartão de débito internacional não foi aceito. Eles tinham uma máquina de cartão muito antiga, similar a máquinas de cartão de 15 anos atrás. Mesmo assim, ela ainda aceita dólar, real e guarani em espécie.

DICA 6# CIUDAD DEL ESTE NÃO É O PARQUINHO

Tome muito cuidado ao andar por Ciudad del Este. Andando pelas ruas principais e em horários comerciais você provavelmente não sofrerá qualquer mal, mas isso não se aplica se você entrar nos “caminhos de rato” e/ou seguir vendedores ambulantes. O Paraguai não é um país desenvolvido, sofrendo com problemas graves de segurança pública, assim como em muitos lugares no Brasil.

Além disso, anote minhas palavras: NUNCA DÊ OUVIDOS A AMBULANTES! Alguns deles podem ser pessoas honestas, mas o risco de sofrer um golpe (ser enganado, furtado ou assaltado) é real. Ao chegar na ponte, você começará a ser abordado por eles. Seja incisivo e continue andando, pois a maioria deles é muito insistente.

DICA 7# NÃO ENCHA SACOLAS GRANDES

Se for comprar bens de valor, evite voltar com muitas malas e/ou mochilas lotadas de produtos. Tal atitude pode despertar o interesse dos oficiais da alfândega. Na melhor das hipóteses, você vai perder tempo tendo sua bagagem inteira revistada, o que já é um transtorno e uma perda de tempo. Na pior delas, você terá estourado a cota e sofrer uma pesada penalidade de 50% do valor excedente na sua cota. 

As autoridades tributárias brasileiras tem a prerrogativa de arbitrar o valor da sua mercadoria se não concordarem com o valor apresentado na nota fiscal, podendo ser uma grande dor de cabeça provar que você estava respeitando a cota de USD 500,00. Assim, tente a todo custo agir naturalmente para não ser parado.

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