Conta multimoedas Wise: uma excelente forma de se levar dinheiro ao exterior

Introdução

Ao se decidir viajar ao exterior, é comum que comparemos as diferentes opções de meios de pagamento disponíveis, visando conciliar economia e praticidade. Nessa busca, tivemos contato com a conta multimoeda da Wise (antiga TranferWise). A conta tanto nos impressionou com os serviços oferecidos que nos motivou a escrever este post.

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1. Conceitos fundamentais

Primeiramente, é necessário fazer algumas explicações sobre termos que usaremos neste post, que podem soar estranhos à primeira vista. Os conceitos importantes são: moeda estrangeira, Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), spread, custo de transação e câmbio comercial.

Moeda estrangeira trata-se da moeda corrente em outro país. Normalmente, para compras em sites internacionais, utiliza-se o dólar estadunidense. Note que não estamos nos referindo apenas ao papel-moeda propriamente dito e sim a qualquer meio de pagamento monetário que seja utilizado (cartão de crédito, moeda em espécie, cartão pré-pago, transferência internacional, etc).

O Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) é um tributo federal que incide em alguns tipos de operações financeiras, incluindo as operações cambiais. Para essas, existem, basicamente, as seguintes alíquotas: 0,38%, para aplicações de investimento no exterior; 1,1%, para compra de papel-moeda em espécie e equiparados; e 6,38%, para pagamentos envolvendo o cartão de crédito e equiparados. A mera aplicação de alíquotas diferentes pode fazer com que um produto ganhe/perca atratividade de uso.

Spread é a diferença entre o preço de venda e o de compra em uma operação cambial. É a “taxa de corretagem” do dinheiro cobrada para remunerar a instituição financeira que realizou a operação.

Custo de transação é o valor gasto para efetuar uma compra. Nesse caso, consideraremos o custo de transação a soma do spread com o IOF.

Câmbio comercial é o preço oficial da moeda estrangeira, sem incluir nenhum spread pela operação de câmbio.

2. Opções de compra de moeda estrangeira

2.1. Compra de moeda estrangeira em espécie (papel-moeda)

Essa é a opção mais tradicional quando se pensa em levar dinheiro ao exterior. Trata-se da compra presencial de papel-moeda em casas de câmbio.

Uma vantagem desse instrumento é a tributação pela alíquota de 1,1% de IOF, tornando-o uma forma de se levar dinheiro ao exterior mais barata que o cartão de crédito e o travel card, ambos tributados a 6,38% de IOF.

Existem, entretanto, desvantagens nesse meio de pagamento. Ao se carregar valores em espécie, você se expõe a risco de extravio/crimes violentos. Além disso, apesar da tributação competitiva, o custo operacional das casas de câmbio (sistema de segurança de valores, ponto físico, mecanismos de detecção de moeda falsa, etc) é repassado aos clientes e, por isso, acaba sendo cobrado um valor consideravelmente superior ao câmbio comercial. A última desvantagem é que, caso haja moeda estrangeira que você deseje reconverter em reais, deverá ir presencialmente a uma casa câmbio.

2.2. Cartões pré-pagos em moeda estrangeira (travel card)

É um cartão pré-pago em moeda estrangeira, que funcionará operacionalmente na função crédito. Assim, você carrega o cartão na casa de câmbio e esse passa a ser o seu limite de gastos.

Esse produto é, disparadamente, o pior, em nossas pesquisas. Esse produto é tributado como cartão de crédito (alíquota de 6,38% de IOF), mas não dá nenhuma das vantagens dele (postergação do pagamento, milhas, seguros, etc). Por isso, penso que eventualmente esse produto deixará de existir.

2.3. Contas internacionais (cartão de débito).

São contas abertas em outras jurisdições, com o saldo em moeda estrangeira. As seguintes empresas oferecem contas internacionais no Brasil: C6, Inter, Nomad, BS2 e Wise.

Esse instrumento tem uma grande vantagem tributária, pois é tributado pela mesma alíquota que a compra de papel-moeda (1,1% de IOF). Além disso, você poderá levar o dinheiro virtualmente na sua viagem e sacar apenas o montante necessário para despesas em espécie. Há também facilidade de se reconverter o saldo em reais, uma vez que  a operação é realizada pelo aplicativo de sua instituição financeira, sem a necessidade de qualquer diligência física.

Focar-nos-emos na conta multimoedas Wise, pois é a conta com maior aceitação internacional de todas as demais, oferecendo a mais ampla cesta de moedas do mercado.

3. Porque adoramos a conta da Wise

3.1. Versatilidade

Além de ser uma forma de se enviar dinheiro ao exterior, a  conta fornece dados bancários locais para o recebimento de transferências nas seguintes moedas: dólar americano, dólar australiano, dólar canadense, dólar de Singapura, dólar neozelandês, euro, florim húngaro, leu romeno, libra esterlina e lira turca. Assim, a conta pode funcionar como uma conta doméstica nessas jurisdições, facilitando transferências e o recebimento de pagamentos.

Como a conta permite ter saldo nas moedas mencionadas, você pode realizar operações de câmbio em datas mais favoráveis e ir acumulando lentamente saldo para ser usado nas suas viagens. A conta possui, inclusive, a opção de compra automática de moeda estrangeira, quando a cotação atinge um valor definido como satisfatório.

3.2. Cartões físico e virtual

Ela oferece um cartão de débito multimoeda, que processa a transação na moeda mais vantajosa para o consumidor. O cartão físico tem um prazo de 3 dias a 3 semanas para ser entregue, mas, no geral, a entrega dar-se-á em menos de 1 semana.

Além disso, há a emissão de um cartão digital instantaneamente. Caso seu celular inclua a tecnologia NFC de pagamentos por aproximação, poderá cadastrá-lo no Google Pay e utilizá-lo em suas compras físicas imediatamente ou em compras virtuais.

Ambos o cartão físico e o virtual são extremamente seguros, pois, a cada compra virtual, é enviada uma solicitação de autorização para o seu aplicativo móvel. Apenas após a autorização, o saldo é debitado.

3.3. Saques gratuitos

Um vantagem excepcional dessa conta é a possibilidade de realizar saques gratuitos. Com o seu cartão, você terá direito a dois saques gratuitos por mês, respeitando um volume financeiro total de R$ 1.400,00. Além desses limites, será cobrado uma taxa de R$ 6,50 por saque e o volume sacado superior ao limite financeiro sofrerá a cobrança de 1.75%. Considerando que apenas pequenos comerciantes/restaurantes não aceitam pagamentos via cartão, esse montante é suficiente para suprir eventuais demandas de caixa pessoais.

É importante salientar que em alguns caixas eletrônicos será cobrada uma taxa de saque do próprio terminal, cumulativa com as taxas da Wise, caso aplicáveis. Assim, sempre ao sacar, leia os avisos do terminal, informando sobre a incidência de cobranças adicionais. Os caixas da Euronext, por exemplo, cobram uma taxa de € 3,95 por transação.

4. Custos de carregamento

O spread cobrado pela Wise varia conforme as moedas de origem e destino, além do meio utilizado para pagamento da operação cambial. Assim, a empresa não dispõe de uma cobrança de spread fixa, aplicável em todas as operações cambiais.

Há a possibilidade de se carregar via cartão de crédito/débito, boleto e transferência bancária. O carregamento via cartão é imediato, enquanto os carregamentos via depósito ou boleto dependem de um prazo de processamento, que pode ser de até alguns dias. Entretanto, o depósito via TED, em horário comercial, normalmente é compensado em menos de 1 hora.

Quando escrevíamos esse post, fizemos uma cotação teórica do envio de € 100,00, pagando em reais. O câmbio utilizado pelo Wise era de € 0,196189 = R$ 1,00. Assim, a conversão de reais em euros, pelo câmbio comercial, custaria R$ 509,71. A tal montante, adiciona-se o spread da modalidade de carregamento desejada, sendo cobradas as seguintes taxas: boleto bancário (R$ 12,45 ou 2,44%), depósito bancário (R$ 10,97 ou 2,15%) e cartão de crédito/débito (R$ 26,33 ou 5,17%). Importante pontuar que em todos esses valores já estão incluídos o IOF da operação. Assim, prefira o carregamento via transferência bancária (TED), pois tem um custo de transação muito interessante.

Ressaltamos que o processo de carregamento via cartão de crédito pode ser realizado até mesmo com cartões nacionais, viabilizando, assim, o uso desse saldo no exterior.

4.1. Sobre carregar com o cartão de crédito

Apesar de o carregamento via cartão de crédito ser a opção mais cara, ela pode compensar em casos emergenciais. Isso porque o custo da transação é mais vantajoso que o de usar seu cartão de crédito diretamente no exterior, incorrendo, assim, em IOF de 6,38% e no spread da instituição emissora do cartão ( que pode superar os 5%). Mesmo que sua instituição financeira não cobre spread nessas transações, apenas o IOF mais alto já representa um custo 23% maior que carregar na conta Wise com seu cartão (5,17% vs 6,38%).

Não estamos incentivando qualquer tipo de comportamento financeiramente irresponsável, mas quem nunca precisou recorrer ao cartão de crédito em compras no exterior?

5. Críticas a conta Wise

Apesar de ser uma conta fantástica, há a cobrança de uma taxa de R$ 6,50 para transferir seu saldo em reais para uma conta no Brasil. Na época atual, de transações eletrônicas gratuitas serem amplamente oferecidas pelas instituições financeiras nacionais, a Wise também teria condições de oferecer transferências gratuitas em reais.

Um presente para você

A conta Wise é gratuita, versátil e muito vantajosa. Caso você tenha se convencido de sua utilidade, oferecemos a você uma excelente oferta. Clique aqui, registre-se e ganhe a primeira operação de câmbio grátis, até R$ 3.000,000. Assim, você irá pagar apenas o câmbio comercial + IOF em sua primeira remessa, com spread de 0%.

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